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A ovelha e o lobo, nunca um sem o outro.
Viver com a dualidade de Jean-Pierre e Sett não é fácil. Eu sei que muitos imaginam que se trata de uma simples luta interna entre o bom e o mau, mas a verdade é mais complexa. Sett não é apenas uma sombra que me persegue, ele é um reflexo, uma parte de mim que não posso ignorar. Às vezes, eu sou Jean-Pierre, o que busca equilíbrio, a paz, a compreensão. Mas em outras, eu sou o Sett impulsivo, feroz, incapaz de medir os limites. E é aí que tudo se confunde.
Há dias em que a luta interna parece insuportável. Quando busco calmaria e, de repente, sou invadido por uma onda de fúria que não posso controlar. Sett explode, e com ele, meu mundo vira um turbilhão. Eu tento resistir, tento manter a ordem, mas ele é forte, ele é implacável. Como alguém que precisa gritar para se fazer ouvir, mesmo quando a razão implora por silêncio.
E é aqui que a verdade me bate: nunca um sem o outro. Eu tento lutar contra ele, mas sei que não posso. Porque Sett é tão parte de mim quanto eu mesmo sou. Quando ele vem, eu sou forçado a confrontar meus limites, meus medos, minhas fraquezas. E quando ele se vai, sou eu, Jean-Pierre, quem volta, mais inteiro, mais consciente de quem sou.
Eu tenho raiva dele às vezes. Raiva de não poder ser apenas eu, sem essa outra força dentro de mim. Mas ao mesmo tempo, sou grato. Porque Sett me ensina a ser mais corajoso, mais audaz. Ele me dá a força de agir quando tudo o que eu quero é recuar. Sem ele, eu não seria completo. A verdade é que, com o passar dos anos, pude perceber que sem ele eu não poderia ser quem sou.
Eu não escolhi essa dualidade. Mas, se pudesse, não mudaria. Porque sou ambos. Eu sou a calma de Jean-Pierre e a tempestade de Sett. Juntos, somos um todo. A ovelha e o lobo. Nunca um sem o outro.
Posted 11/18/2024, 2:00 AM