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Atravessamos a floresta...

Fomos ao templo de Moscou orar a Kobe, aos pés da estátua dela, com seu olhar sereno e sua beleza celestial, que sempre me dava uma sensação de paz, como se o nosso mundo fosse apenas uma fantasia. No entanto, sabíamos que a verdadeira jornada começava depois da oração. Os portais se abriam, e o desconhecido nos chamava.

O ar vibrava diferente naquele lugar. Era palpável os fios invisíveis do destino nos guiando. Fábio, com sua mão firme segurando a minha, ainda parecia um pouco cético, mas isso era normal. Para ele, o mundo mágico era algo novo. Para mim, já era quase como casa.

Cruzamos o portal e logo nos vimos imersos na floresta. O som da música... uma melodia incomum, quase hipnótica, que começava a tocar assim que o portal se abria. Ainda me causava um certo medo.

A vegetação era densa, com árvores altas que pareciam tocar o céu. O ar estava mais denso aqui, a terra úmida e vibrante, como se o próprio solo estivesse vivo. O caminho à nossa frente estava iluminado por uma luz suave, diferente da que vimos em Moscou, e eu sabia que era uma energia mágica que nos guiava.

Já havia feito esse percurso outras vezes, então fui eu quem liderou o caminho. Cada passo, uma sensação nova, como se a própria floresta estivesse se moldando ao nosso redor. À medida que caminhávamos, o som da música parecia se intensificar, vindo de algum lugar além das árvores. Mas também sentia que estava sendo testada, como se cada tronco, cada arbusto, tivesse algo a dizer, algo a esconder.

Finalmente, chegamos à clareira na floresta. Mais à frente, uma pequena choupana, com uma porta de madeira envelhecida, coberta por musgo, mas ainda imponente. (Diz a lenda que essa é a casa onde Kobe nasceu quando viveu no nosso mundo). O ar parecia mais denso, o silêncio mais profundo. E ali estava o marco: estávamos no epicentro da Forest Entrance, e ali recebíamos a bênção anual de Kobe.