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Galo, desfile e meu tambor

Dia anterior: Theo Bêbado após show:

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Hoje:
Acordei com um gato deitado no meu rosto. Isso não é novidade. A novidade é que ele trouxe junto um dos meus chinelos e a câmera que deixei na beira da rede (como ele trouxe? bem, aceito especulações).

Toquei tambor na varanda pra ver se espantava o azar (ou atraía alguma vizinha curiosa, sei lá) e acabou vindo um galo furioso do Jardim. Ele pousou no muro, ficou me encarando com os olhos semicerrados, e serio, juto que senti um julgamento vindo daquele bicho. Toquei mais forte e ele não saiu, nem se mexeu posso afirmar. Toquei mais leve, ele bocejou, mais que plateia exigente

Fiquei ali, duelando com o galo num tipo de "The Voice", até ele simplesmente virar de costas e sair andando. Pô, cara, agora que eu estava me divertindo!

Sai da varanda e fui em direção ao meu quarto e aí que Connie passou por mim: Saltos da mãe, lenço da mãe, batom (talvez da mãe, quase 100% de certeza que sim)... Quando me viu, parou no meio da passarela (sala), arregalou os olhos e sussurrou:

— Theo. Não conta pra mamãe, por favor, por favor, por favor. Eu só queria ver se combina comigo. Eu vou devolver limpinho, prometo vai...

Enquanto eu ainda processava o desfile fashion-criminoso, dei de cara com Marjo… Sentada no sofá, sorrisinho no canto da boca, celular escondido entre os joelhos, falando baixinho.

— Que bom que gostou o skate (e varias frases inaudíveis depois).

Percebeu minha presença e olhou pra mim. Congelou, tadinha. Eu levantei a sobrancelha para implicar.

— Não é nada, Theo, sai daqui, é só... tarefa de história.

Aham. "História", sei..

Aiai, tudo isso e ainda são 14:50 da tarde

Só para atualizar o blog, poloroid das ultimas semanas: