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[Um manuscrito especial a Kyra Svendsen]; I

Kyra Svendsen,
Enquanto escrevia meus votos, senti uma onda de emoção ao recordar os momentos que nos trouxeram até aqui. Lembro-me das nossas trocas de manuscritos no início de tudo, como se cada folha e cada palavra fossem fragmentos das nossas almas se conectando. A ideia de conhecer cada detalhe um do outro, através de histórias escritas em folhas perdidas de diários, foi fundamental para a nossa origem.
Falávamos tanto sobre o passado, manias, costumes e até os gostos estranhos que tinham seu lugar na nossa narrativa. Nossas conversas eram um verdadeiro caos particular, repletas de risadas e segredos, que, por vezes, nos faziam duvidar do amor. Você, com seu jeito radical de ver a vida, me convenceu a acreditar nisso, mesmo quando dizia que não tinha tanta sorte. Lembro das suas histórias escritas em um diário decorado com figurinhas de bichinhos, que sempre me arrancavam sorrisos.
Entre tantas linhas e curiosidades, percebi que meus dias já estavam cheios de você. Recordo das partidas de dominó em que dividíamos chocolates quentes, dos vinhos de procedências duvidosas que brindávamos em encontros improvisados e dos desencontros que tornavam nossos momentos ainda mais especiais. Mesmo quando a agenda da banda estava cheia e eu não conseguia te ver, sentia sua presença em cada pensamento. Hoje, olhando para trás, vejo como esses momentos difíceis nos trouxeram o empurrão que precisávamos.
Aquela lembrança de você cruzando o frio congelante de Tromsø, com o maior bico do mundo, jurando que eu brigaria com você, ainda está viva em mim. Sua defesa ingênua, “Se você me beijar…” me fez perceber o quanto você importava. E, mesmo dizendo que “nem tentaria”, não conseguia desviar o olhar dos seus lábios. Foi naquele dia, ao olhar em seus olhos, que a vontade de viver ao seu lado se tornou irresistível.
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Posted 4/18/2025, 4:00 PM